terça-feira, 30 de junho de 2009

Dia 3: 03/08/08 – Itambé do Mato Dentro – Conceição do Mato Dentro. 67km






Estava em um sono pesado quando comecei a escutar uma algazarra do lado da minha janela. Quando abri para ver, devia ter umas 10 maritacas brigando ou brincando, não sei, mais faziam um barulho do que acorda qualquer um. Melhor acordar com maritacas do que com barulho de ônibus!!
Já levantei e comecei a arrumar as coisas, limpei a bike que estava com muita poeira do dia passado e passei um olho na corrente. Me lavei e fui tomar um café. Muito bom o café, queijo minas, broa, pão e banana. Simples mais bem reforçado o lanche. O melhor é que o café da manhã é servido na varanda da frente da pousada, justo por onde nasce o sol. Era uma manhã espetacular, aquelas que você pretende ter todos os dias da sua vida, vendo o sol e só com barulho de pássaros.
Paguei a pousada e terminei de arrumar as coisas para ir embora. A saída foi bem dura. Após andar uns quintos metros já começa a subir e subir e subir. Achei que ia chegar no céu. Sobe uns 7 km. Porem quando se chega lá em cima é recompensador. Uma visão maravilhosa da Serra do Cipó ao longe. E teve outra surpresa também.
Eu já tinha visto na TV que tinha um senhor que mora em uma pedra nos caminhos da estreada real. Mais não tinha nem idéia de onde era. Quando comecei a descer avistei ele andando em uma trilha. Gritei mais ele não escutou, então desci da bike e fui atrás. Mais adiante o alcancei. Seu nome é Domingos, é bem velinho, me falou que tinha 75 anos e que morava lá a pelo menos 20 anos. Tinha bastante coisa em sua “casa”, garrafas, panelas, etc. conversou bastante comigo falando sobre o entorno de sua casa e do esforço que tinha feito para acabar com as cobras. Senti seu Domingos meio carente pelo jeito que me recebeu, não deve ser fácil morar sozinho no alto de uma montanha. Mais a visão de sua casa é o sonho de muitos alternativos.
Voltei para minha bike e começou um longo trecho de descidas, que as vezes era interrompido por retas com muita areia, que você tinha que descer da bike e empurrar. Quando acabou esta sequência de descidas avistei um rio no vale, quando estou passando vejo uma bike encostada cheia de malas. Era Alexandre, um carioca que estava fazendo a viagem sozinho de bike, mas em sentido inverso ao meu. Parei para dar um mergulho no rio também e refrescar as pernas nas águas geladas e cristalinas. Como é bom estes descansos.
Trocamos algumas dicas de pousadas e restaurantes, e ele me passou a indicação de um restaurante em Morro do Pilar. E que boa dica de Alexandre, realmente era muito boa comida lá. Parei comi um prato feito, para não perder o costume, e descansei bem pouco e segui em frente.
Este dia é realmente muito bonito, mas é muito duro. Confesso que estava sofrendo já pelo acumulo da distancia e as dores na virilha. Novamente, depois de uma descida longa descida, avistei outro rio. Parei para me banhar e dar uma descansada, pois me parecia que pela frente tinha muita subida ainda, eu estava no meio de um vale.
Saindo do rio começou não deu outra, uma longa subida de uns 5 km, subi ela em uma constância boa mas com dores no corpo. Ela acaba no asfalto que liga a Serra do Cipó com Conceição do Mato Dentro. Ai foi só descida até Conceição.
Esta cidade já conhecia dos meus passeios pela Serra do Cipó. É muito calma e bonita e abriga uma vegetação linda em seu entorno, que varia da mata atlântica ao cerrado em cima dos morros. Fiquei em uma pousada no centro, por 15 reais a diária com café da manhã. Resolvi também sair um pouco da estrada real e conhecer a cachoeira do tabuleiro no dia seguinte, dizem que é muito bonita, agora chegou minha vez de ir lá.

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