quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Brou Aventuras Santo Antonio do Itambé

Largada
Santo Antonio do Itambé foi o local escolhido pela galera da Brou aventuras para a última etapa do seu circuito. Um lugar maravilhoso, perto de Diamantina e no coração na Serra Espinhaço rodeado por belas montanhas, o lugar ideal para uma corrida de aventura. Cabe um parênteses (como faço mestrado este ano foi bem difícil de conseguir conciliar os treinos com o mestrado, uma pós e as diversas atividades. Ainda bem que com um pouco de saúde e força de vontade consegui encaixar os três durante o ano, mas sabia que depois desta prova teria que dar uma reduzida e voltar a vida de leitura e dedicação total aos estudos). Cheguei bem treinado e cheio de gás, apesar da corrida ter começado na viagem... Togume, Chuchu, Bicudo e uma galera sabe disto....
Larguei bem e estava na ponteira da prova o tempo todo junto com Pablo e a Dupla Caliandra de Goiás. Estávamos num ritmo forte quando comecei a passar mal na subida derradeira da prova. Diminui o ritmo e o Daniel (Romero) me deu um remédio que foi providencial. Consegui seguir na prova, fiz um trekking forte, com direito a um rappel numa cachoeira maravilhosa. Tirei um pouco da vantagem do Pablo e saímos para uma último pedal juntos. Um vacilo bobo e nos perdemos no meio de uma serra de noite, nos custou cerca de  3 horas.
Conseguimos voltar para prova, tentei disputar com o Pablo, mas sua força e sua experiência sobressaiu sob minha juventude no esporte. Enquanto estávamos perdidos Pedro Pinheiro conseguiu assumir a primeira posição, deixando o Pablo em segundo e eu em terceiro.


Prova maravilhosa da Brou, mais uma vez (e não me canso de falar) vocês estão de parabéns. Se preocupam em facilitar a logística para todos os atletas de fora, preparam uma prova maravilhosa e fizeram um circuito magnifico durante o ano. Não é atoa que é o circuito que mais cresce no Brasil.
Bom, resta falar que o objetivo foi alcançado. Fazendo amigos, competindo, evoluindo e se aventurando. Queria agradecer ao Alexandre Bicudo pelo transporte e a pessoa que você é, foi muito bom escutar suas histórias e  compartilhar da sua alegria durante a viagem (Nú Pelo) e a Chuchu pela torcida e conversa. Também queria agradecer ao Pablo, pela disputa que travamos durante a prova, pelos toques no esporte e pela lição de vida, um dia eu aprendo o que é corrida de Aventura!!!

Expedição Estrada Real - Conselheiro Lafaiete


Desta vez o cenário foi Conselheiro Lafaite, a maior prova do ano (150 km) com o maior numero de top 10 do ranking brasileiro. Larguei bem, mais a falta de experiência fez escolher um caminho errado desde do começo da prova.

Fiquei bem para traz, cerca de uma hora por causa da escolha, mais não desisti e segui fazendo minha prova. A prova seguiu dura e realmente não era meu dia, perdi mais tempo tentando encontrar o pc que era sem trilha. Segui na prova e acabei me juntando com a dupla Advogados Aventureiros Minas (Marco Tulio e Gabriel), parceria perfeita. Batemos cabeça uma parte da prova, mas conseguimos terminar juntos. Eu acabei ficando em 6 lugar na categoria solo e os Advogados em 3 lugar. Valeu demais pela prova Marco Tulio e Gabriel, a companhia de vocês foi realmente muito boa e me fez repensar muitas coisas sobre o que é fazer corrida de aventura! E parabéns ao Juninho, a Marizinha e os Brous que levaram a prova na geral, andaram muito!!!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

2° etapa da Brou Aventuras / Aranha: Por que faço corrida de aventura?

No último final de semana rumei para Aranha, distrito de Brumadinho próximo à cidade de Belo Horizonte, para disputar a 2°etapa da Brou Aventuras. Uma região especial, cercada por altas montanhas e uma paisagem incrível. A prova na categoria Pró era dividida em 35 km de trekking, 35 km de Mountain Bike, 19 km de remo, um rapel de 40 metros, sem contar a navegação.
A largada foi dada por volta das 9 horas da manhã na praça central de Aranha. Partimos para um sessão de Trekking de 16 km. A galera saiu num ritmo muito forte desde o começo da prova. Traçamos uma estratégia de não forçar muito no começo, pela distância que tínhamos pela frente. Fizemos este trekking no segundo pelotão, sempre revezando entre os três primeiros da prova com as duplas, Advogados Aventureiros e a ARS.
Saímos para o remo em terceiro. O rio era realmente maravilhoso, com a maioria do trecho repleto de mata ciliar e para completar, um verdadeiro empurra caiaque por um rio raso. Num desempenho fora do normal meu e do Marcos, finalizamos o remo na primeira colocação da prova nas duplas.
Fizemos a transição rápida e partimos para um trecho de mountain bike, com uma parada no meio para o rapel, realizado apenas pelo Marcos. Entregamos a bike na transição junto com as duas outras duplas.
Nesta transição, recebemos um mapa para o trecho de trekking que seguia. Peguei o mapa, conferi os Pcs e partimos em terceiro para esta sessão de trekking. Era realmente maravilhoso este trecho da prova. Tínhamos que subir para o alto de uma serra alucinante e, detalhe, sem trilha.
Nessa hora, tentei uma estratégia que no mínimo era ousada. Como o caminho mais provável subia por um trecho sem trilha, resolvi arriscar e começar a subir a serra um pouco antes do que estava previsto pelo mapa. Entramos num rasga mato danado e logo já estávamos escalando a serra. Era bem inclinado, mas usando as “canela de ema” dava para ganhar um pouco de confiança na subida. Rápido estávamos no alto da serra. Voltamos um pouco para bater o pc 10 e encontramos com o atleta solo Pablo. Ele nos avisou que o pc estava logo a frente e elogiou o ritmo que estávamos.
Bati o pc 10 e o trekking nos levava pelo cumeeira da serra. Estava um final de tarde maravilhoso, de um lado da serra eu via BR 040 e do outro, vários vilarejos no meio do mar de montanhas. Mas ventava muito forte e gelado.
Nem acreditávamos, pois quando fui assinar o pc 10 vi que estávamos em primeiro nas duplas e em terceiro na geral da prova. Foi uma injeção de ânimo que nos ajudou a dar mais energia para fazer este trekking. Com um ritmo muito forte, alcançamos a área de transição na liderança das duplas e em terceiro geral.
Chegamos empolgados pelo desempenho, com a galera elogiando nossa posição. Quando conversando com Zé Elias (organizador), percebi que tinha esquecido de bater o pc9. Foi um verdadeiro banho gelado. Pensávamos que iriamos ganhar a corrida e de repente estávamos desclassificados. Eu não acreditava que tinha cometido esse erro, ainda mais porque eu era o navegador!
Bom, tentamos nos consolar falando do nosso desempenho. Quando a galera da imprensa que estava cobrindo o evento chegou e começou a conversar me pedindo para relatar o que tinha acontecido na corrida e iria me fazer uma pergunta. Tudo bem! - respondi.
De repente, uma câmera apontada para minha cara, com uma luz improvisada para captar a imagem, e surge uma das questões mais difíceis que já me fizeram, e olha que prestei uma prova de mestrado à pouco tempo!
A pergunta era a seguinte: “por que você faz corrida de aventura?” Nossa, naquela hora que de líder fui para desclassificado, era realmente difícil de responder. Não me lembro direito, mas creio que dei uma resposta no sentido que era porque queria ter histórias para contar.... e que corrida de aventura nos ajuda a dar valor em pequenas coisas que temos na vida, como um simples prato de comida ou mesmo um cama quentinha.... Mas, esta resposta não me convenceu, principalmente depois do corpo frio em casa escrevendo esta postagem.
Lógico, que ficar em situações extremas nos ajuda a refletir sobre essas pequenas coisas, ainda mais neste mundo que vivemos hoje, onde que o luxo e os prazeres são os bens mais cobiçados. Mas, creio que quem pratica este esporte (que é no mínimo bem diferente dos outros convencionais) pode até gostar dessas coisas, mas não as têm como objetivo último de suas vidas. Senão, por que diabos estaria se enfiando no meio de um mato, cheio de carrapatos, iria passar frio no alto de uma serra, ter de ficar procurando o caminho morrendo de fome e cansaço??
Por quê? Esta é pergunta que justamente me faço agora, para tentar responder esta pergunta. Corrida de aventura me parece com o jogo da vida (se me permitem esta alegoria), em que nem sempre é o mais forte que ganha, onde temos que ter estratégia, objetivo, perseverança e se esquecer um pequeno detalhe não dá para voltar atrás e pegar novamente. O rumo é sempre pra frente. Quando erramos, na corrida de aventura (e na vida), não temos muito tempo para concertar, e se o erro for caro só nos resta uma coisa, seguirmos em frente e tentar não fazer de novo!!
Acho que é um pouco disso que acaba me motivando a fazer corrida de aventura, é um esporte que acabamos criando outro jogo da vida ali dentro. Temos de treinar várias modalidades, nos preparar para qualquer desafio, ter companheirismo, pois tirando os solos (que são amigos de todo mundo) dependemos dos outros para o nosso desempenho. Não é um pouco isso que vida nos cobra?!?!
A verdade é que apesar de não termos ganhado e nem mesmo conseguido terminar (pois, quando desistimos ainda faltava a última perna de MTB) saí completamente satisfeito. Passei por lugares maravilhosos, fiz bons amigos, me coloquei em situações que jamais pensei que estaria em minha vida. Bom, e fiquei com mais um aprendizado para as próximas provas. Em outras palavras, consegui o objetivo que proponho a fazer corrida de aventura, viver minha vida intensamente e, de preferência, no meio da natureza!
Galera da Brou, Juninho, Zé Elias e Rachel, parabéns pela prova! Vocês estão brutalizando nas suas corridas, escolhendo lugares maravilhosos para passarmos e conhecermos. Fico muito agradecido de ter começado nas provas de vocês, e de tantos perrengues passados, conseguir evoluir um pouquinho mais no esporte e na vida.
Acho que me esqueci da última coisa para descrever o porquê faço corrida de aventura (não que já esteja satisfeito com minha resposta). Tem que gostar um pouquinho de sofrer né?! Acho que Corrida de Aventura deve ser um dos poucos esportes no Brasil, que por enquanto é feito só por Amadores, ou melhor, “Ama-dores”, pois tem hora que dói, e muito!

domingo, 5 de junho de 2011

1° Etapa Terra Fast - Casimiro de Abreu/RJ

trekking na mata.
A cidade de Casimiro de Abreu, a 180 km da capital Rio de Janeiro, ao norte do estado foi o lugar escolhido pela organização do Terra Fast para realizar sua primeira etapa. A região é muito bonita, está localizada próxima a região serrana, com muitas montanhas, rios e mata atlântica exuberante. A prova era dividida nas modalidades de trekking, canoismo, bóia-cross, tirolesa e mountain bike, distribuídas em 60 km.


Cheguei na tarde do sábado que antecedia a prova, fui para o Hotel Vidal (indicado pela organização) deixei minhas coisas e rumei para o brienfing. Tardou um pouquinho para começar, pois a galera de Minas dos Advogados Aventureiros estava a caminho, enquanto esperávamos, a organização passou alguns vídeos de aventura o que só aumentava a empolgação para o dia seguinte.

Eu tinha conseguido treinar bem para esta prova, apesar de não estar no 100% da minha forma, principalmente pela fase que me encontro do mestrado, que tenho muitas aulas. Bom, mas estava com vontade de competir, foi minha segunda prova este ano, a quinta corrida de aventura em que eu participava e a primeira na solo. Encarar este desafio sozinho me deixava um pouco apreensivo, mas ninguém que forma a dupla Harpya poderia vir, então não tinha jeito!

Pegamos o mapa e começou o brienfing, dei uma analisada rápida e vi que não teria muito o que inventar na navegação pela falta de opção de rotas na região. O mapa estava muito bem feito, limpo e postado as regiões de mata fechada, o que ajuda muito na navegação. Terminando, fomos jantar no Hotel que estava hospedado a maioria da galera. Foi bom reencontrar a galera de minas, trocamos umas idéias e eles me ajudaram plotar meu mapa. Material arrumado, equipamento conferido, fui dormir com aquele friozinho na barriga.

Ederson (a frente) e Pedro (ao fundo) terminando o bóia-cross.
Às 5 da manhã já estava acordado, tinha combinado com a galera do Trekeiros que eles iam levar meus equipamentos para a área de transição que distava 8 km da largada. No horário combinado eles estavam lá, deixei minha bike, a bóia e o material de vertical. Tomei um café da manhã legal e fui para zona de largada. Comecei a fazer um pouco de aquecimento, a largada seria em trekking e teria cerca de 6 km de estrada batida até o primeiro trecho de trilha, ou seja, seria uma corrida forte pelas primeiras posições justamente na modalidade que sou mais fraco.

A largada foi dada e o pelotão saiu em ritmo alucinante, o Pablo (atleta solo líder do ranking brasileiro) na primeira reta já começou a abrir vantagem dos demais. Mas atrás vínhamos eu, a dupla Advogado Aventureiro de Minas, a Dupla The Hunters e o atleta solo Ederson Chaves. Aos poucos este pelotão abriu um pouco de vantagem para mim, mas tentei não perde-los do campo visual.

Entramos numa trilha fechada por uma mata linda, e veio o primeiro desafio: tínhamos que saltar da altura de 6 metros dentro de uma cachoeira para começarmos a sessão de canoismo. Nem pensei duas vezes e pulei, foi a melhor maneira de entrar naquela água gelada, te confesso que nem senti tanto frio. Neste trecho de canoismo fui buscando posições, e me juntei com a dupla Advogados. Pegamos nossas bóias no PC 2 para fazer o bóia-cross. Assinei o PC 3 a 4 minutos dos lideres (o que não é muito para mim, devido minha deficiência na corrida) e fiz a transição para descer o rio.
começando a tirolesa.

O bóia-cross foi muito legal, rápido fui galgando posições. Na segunda sessão de corredeiras caí da bóia e fui, literalmente, “socando nas pedras” que me custou algumas escoriações na canela e no joelho. Encostei no atleta solo Ederson e entregamos a bóia praticamente juntos.

Coloquei os equipamentos de vertical e me preparei para fazer a tirolesa. Porém, só tinha uma corda para fazer esta sessão, e apenas um atleta por vez podia fazer à tirolesa. Como eu assinei em terceiro, teria que esperar o Pablo e o Ederson. O Pablo saiu e demorou uns 10 minutos, o Ederson o mesmo, quando fui começar o Pablo já estava iniciando o MTB. Apenas no vertical a diferença do Pablo que era de 3 minutos aumentou para 20, ou seja, impossível de ser recuperada.

Não desisti, pois o MTB é meu o meu forte. Saí em um ritmo acelerado, passei o PC e 5 comecei a subir, peguei dupla The Hunters e passei pedalando em um trecho que eles já estavam empurrando. Mas, no meio da subida começou chover, o piso ficou impossível de pedalar, fui forçado a empurrar e de sapatilha estava deslizando muito!!

Terminei a subida e vinha um longo downhill molhado, tomei o maior cuidado para não cair. Assinei o Pc 6 a quase 20 minutos dos lideres, me desanimou muito, pois apesar de ter muito pedal pela frente era bem difícil de recuperar esta distância. Coloquei meu ritmo e segui, mas não tão fraco, e ainda por azar (ou sorte) minha bike não estava reduzindo para a coroa pequena, tendo que passar todas as subidas na coroa do meio.

Bati o Pc 7 e perguntei a quanto tempo estavam os lideres, o cara me falou que estavam a 3 minutos, fiquei impressionado, e perguntei de novo e o cara me falou que era uma dupla, ai sim ficou esquisito. Será que os caras tinham errado!? Impossível – pensei comigo- pois a navegação era simples e na frente estavam os verdadeiros monstros das corridas de aventura do Brasil!

Pablo (2°), Pedro(1°) e Ederson (3°), podiun do terra fast solo.
Por via das duvidas aumentei o ritmo, para minha surpresa era uma subida muito dura. Parei e coloquei a coroinha com a mão e passei a fazer força, no meio da subida encostei na dupla Forever Linving e perguntei a eles se sabiam que éramos os lideres da prova. Me respodeneram que o PC tinha falado, mas que duvidavam também. Passei por eles e fiz meu ritmo. Acabou a subida e era um longo dowmhill até a chegada.

Quando passei a linha estava todo mundo me parabenizando e começaram soltar rojão, perguntei e me informaram que tinha ganho a corrida na geral!!! Não acreditava, era minha estréia na solo e ainda com uma vitória na geral, era muito para mim. Quatro minutos depois chegou o Pablo e confirmou que tinham errado por quase 10km depois do PC6.

Na verdade estou surpreso até agora com esta vitória, pois realmente naquela altura não acreditava que poderia ganhar. Mas corrida de aventura é assim, ela tem algo que se assemelha a um jogo de futebol, onde nem sempre o favorito é quem ganha. No futebol uma simples bola parada pode mudar a o resultado de um jogo - como um bom corintiano sei disso mais que ninguém. Sorte que desta vez a bola parada estava para o meu lado, e aos 48 do segundo tempo!!!
Galera reunida na premiação.

Assim dá um ânimo para manter o treinamento, principalmente naqueles dias que temos que acordar às cinco da manhã para treinar. Aproveito para agradecer a meu treinador Neném, a toda a galera da CE+3 pelos treinos e a todo que me ajudou e incentivou. Parabéns a organização do Terra Fast, a prova estava maravilhosa, bem organizada e com cenários maravilhosos, já estou aguardando a próxima etapa!!!






sábado, 16 de abril de 2011

1° Etapa do NEREA Corrida de Aventuras – São Bartolomeu/MG

Galera reunida antes da largada.
São Bartolomeu, distrito histórico da cidade de Ouro Preto, antiga rota dos viajantes que buscavam ouro na Vila Rica, foi o cenário da primeira etapa do circuito NEREA de Corrida de Aventura. Boa escolha da organização, a região é muito rica ecologicamente e situa-se na Serra do Espinhaço. Não precisa nem falar como foi o desnível desta prova – como quase todas em Minas Gerais.

Convidei o Marcus, meu camarada, para competirmos na categoria expedição, de 130km. Ele topou na hora, pois está em boa forma e tinha acabado de ganhar a primeira etapa do campeonato capixaba na solo e na geral! Tudo certo, material conferido, partimos para São Bartolomeu, na manhã do dia 26 de março, com um dia lindo. Às 9 da manhã foi realizado um briefing e entregue os mapas, começamos a plotar nossa rota e percebemos que seria uma prova muito dinâmica e dura.

No tempo em que tinha morado em Ouro Preto pedalava muito por esta região, quando olhei o mapa reconheci alguns caminhos que me ajudaram a reconhecer alguns trechos da prova. Às 11 horas da manhã foi dada a largada, estava muito calor, a primeira trilha eu conhecia, entramos forte. Tinha um colega meu de universidade o Hugo, que estava fazendo em dupla com seu amigo Tixa, chamei ele para nos acompanhar na primeira no trekking, pois eu conhecia a trilha.

Em 15 minutos batemos o Pc 1 em primeiro geral, e partimos num ritmo moderado. Entramos subindo a Serra de Ouro Preto, num antigo caminho da estrada real, este trecho era bem bonito andando na serra com mata o tempo todo. Batemos o Pc2 em primeiro geral de novo acompanhados pela dupla Hugo e Tixa. Logo depois o quarteto Trotamundo encostou e passou num ritmo muito forte, nem tentamos acompanhar por que a prova era muito longa. O Pc 3 realmente demonstrava o quanto especial era o lugar que estávamos andando, um chafariz construído ao estilo colonial barroco datando 1782, imagina a quanto tempo e quantos viajantes aventureiros já não tinham passados naquele lugar- não muito diferentes de nós!

Eu e Marcos pegando uma água.
Estávamos fazendo um bom trekking quando um incidente mudou o rumo da corrida para mim e para o Marcão. Em uma descida forte tropecei num arrame farpado que estava no chão, abaixo do capim. Cai de peito e o arame voltou na perna do Marcus e fez um corte profundo. Paramos na hora e fizemos um curativo e voltamos para prova. O Marcus estava resistindo bravamente ao machucado, reduzimos um pouco o ritmo e fomos alcançados por um grupo de corredores.

Chegamos à área de transição e o Marcus estava disposto a continuar na prova. Pegamos a bike e saímos, e logo de cara tinha uma longa subida. O Marcus começou a ter forte câimbra na panturrilha, da perna que não estava machucada. Devido ao grau do machucado, o Marcos resolveu voltar enquanto ainda estava perto e ir dar pontos. Como já estava aguado para fazer uma Corrida de Aventura este ano, resolvi continuar na prova e testar como estava meu treinamento e meu físico. Juntei com a dupla Hugo e Tixa e fomos fazer o pedal.

A bike estava sendo tranqüila, uma navegação exigente, mas o mapa estava bem atualizado facilitando a navegação. Chegamos no PC9 da prova e batemos em 2º e 3º geral da prova, eu conhecia uma das rotas que levava ao PC 10, mas tinha um caminho no mapa que era muito sedutor. Saímos eu, Hugo, Tixa e o Matheus, não demorou muito encostou o Juninho da Brou, e um pouco mais a frente o quarteto Trotamundo. Chegamos à entrada de onde era a possível trilha que levava direto ao PC 10. Quanto mais subíamos, mais a trilha ia se fechando, até chegar o momento que ela se fechou de vez. O Ezio e o Dino da Trotamundo subiram tentando achar a entrada da trilha, depois de quase meia hora voltaram falando que não tinha encontrado.

Conversamos todos e resolvemos tentar outra rota mais longa, mas que subia menos. Paramos em São Bartolomeu, tomamos uma Pepsi (que até parecia Coca) e comemos. Com um pouco de dificuldade na navegação noturna batemos o PC 10. A noite já esfriava bem, e eu já não via a hora de chegar à minha caixa para pegar minhas roupas de frio.

O Pedal noturno era muito exigente com muitas subidas e fechado por matas ao redor. Ao longo deste trecho o pelotão foi se dispersando, a Trotamundo o Juninho e o Matheus seguiram na frente, eu, o Hugo, o Tixa e o Daniel Romero ficamos um pouco mais para traz. Chegamos ao PC 11 onde estavam nossas caixas e onde faríamos o rapel. Para o alivio de todos, o rapel tinha sido cancelado, pois era em uma cachoeira e era arriscado de ser feito de noite. Paramos para descansar e o primeiro pelotão já partiu para ir buscar o AT para o remo.

Eu e o Daniel Roemero
Comemos bem, trocamos de roupa e lubrificamos a bike no PC11. O caminho para o PC e AT 12 era muito confuso e difícil de ser visualizado a noite e a organização havia deixado uma indicação da rota. Se não fosse esta indicação estaria perdido lá até agora. Era uma trilha bem fechada no meio de uma mata e muito lisa pela umidade, sem contar que o azimute não batia em nenhum momento com o mapa. Batemos o AT para o remo à uma da manhã.

O Hugo e o Tixa estavam exaustos, eu não queria de jeito nenhum partir para um remo de 22km noturno sozinho. Decidimos tirar um pequeno cochilo no AT para repormos um pouco de energia. O combinado era que dormiríamos uma hora, mas o caminhão de transporte dos barcos estava no AT e para ajudar cheio de plástico-bolha. Fizemos uma verdadeira cama com os plásticos com direito a travesseiro e cobertor!! Rsrsrs. Nestas horas você percebe como que uma simples dormidinha é tão prazerosa, dormimos até as 6 da manhã.

No meio da noite o Daniel Romero chegou também no AT e parou para dormir. Acordamos todos e nos perparamos para remar, eu e Daniel decidimos ir em um barco duplo, em vez de solo. O remo foi parte nos rio das Velhas e entrou em um pedaço de lagoa. Foi um remo espetacular, com uma vegetação maravilhosa ao redor, principalmente na lagoa.

Depois de 4 horas de remo batemos a segunda transição, com direito a uma jaracuçu nadando do lado do barco na hora de descer na lagoa, por pouco não piso nela. Para nossa sorte, um pedaço do próximo trekking tinha sido cancelado pela movimentação de caminhões no trecho. Deixaram-nos de caro no pc14 e partimos. Esta parte do trekking foi muito boa, e ter a companhia de Daniel ajudou a romper monotonia, ele já é um corredor com mais de 10 anos em corridas de aventura, e me deu uma verdadeira aula do esporte.
Batemos o pc15 que era a casa de um garoto, num local realmente privilegiado. Era no meio de um vale, com duas cachoeiras de fundo maravilhosas e um campo de futebol. Eu fico imaginando com tem gente que investe milhões em um imóvel para não ter nem a metade de espaço que aquele garoto desfruta na sua vida.

Uma da tarde chegamos no AT pata pegarmos nossas bikes, e saímos para um pedal tranqüilo de volta a São Bartolomeu. Terminei a corrida às três da tarde, depois de 28 horas de prova, e por incrível que pareça com um sorriso enorme no rosto e sem me sentir cansado, e se ainda estivesse valendo resultado, em 4° geral. Fazer 100% do percurso de uma corrida como esta não fácil. E nessas horas que começo a perceber que o que mais me motiva a fazer corrida de aventuras, não é vontade de subir em primeiro lugar no podium, ou saber que sou bom em um esporte. É simplesmente o gosto de estar em meio à natureza, em situações extremas (leia-se, em verdadeiras roubadas).
Vamos descobrindo este sentimento, justamente nas horas que estamos perdidos, com frio, com fome, doido de vontade de dormir em uma cama quentinha e apenas o que nos motiva seguir em frente (pelo menos no meu caso) é uma vontade de saber qual vai ser a próxima surpresa e próximo lugar que organização vai nos enfiar!! Galera do NEREA vocês estão de parabéns pela organização, a prova foi maravilhosa, dinâmica, com muita navegação e passando por lugares deslumbrantes. Já estou aguardando a próxima etapa em Itabirito, e pelo local, acho que não vamos escapar das subidas!








sexta-feira, 1 de abril de 2011

Costão Itacoatiara

Vista noturna da praia de Itacoatiara.
Esta postagem é parte de uma série que pretendo fazer sobre as belezas naturais do entorno do Rio de Janeiro.


No dia 19 para 20 de março falaram que iria ter a maior lua dos últimos vinte anos. Não é todo dia que eventos como esses acontecem, e nada melhor que reunir os amigos para fazermos algo especial. O Pedro e o Felipe são dois grandes amigos meus do Rio, sempre saímos juntos pela Lapa e praticamente conheci o Rio de Janeiro e seus programas culturais por meio deles. Já fazia algum tempo que eles queriam vir em Niterói para conhecer a praia de Itacoatiara. Itacoatiara é um verdadeiro paraíso a parte em Niterói, uma praia de mar agitado, afastada do centro e rodeada por montanhas e rochedos, forma um cenário deslumbrante para os olhos viciados em concreto.

Eu eo Felipe num momento invertido.
A nossa idéia era tentar subir uma pedra que fica do seu lado esquerdo chamada Costão, que tem acesso por dentro do parque da Tiririca. É um local muito conhecido, que permite uma vista privilegiada da praia de Itacoatiara, da praia de Itaipuaçu e da lagoa de Itaipú. Bom, queríamos subir de noite para ver a Lua e tocar um violão. O Pedro pegou o carro de seu pai emprestado e veio junto com Felipe e um amigo português do Felipe chamado Hugo. Passaram em minha casa e partimos para lá. Estávamos juntando dois programas, pois eles tinham uma amiga que estava fazendo sua festa de aniversário em Itacoatiara e pretendíamos juntar todo mundo e subir o Costão.

Chegamos por volta das 10 da noite na casa da amiga do Pedro. A galera já tinha bebido a tarde toda e estava meio desanimada de subir, uns até que tentaram ir, mas começamos a caminhar, antes de chegar na subida, todo mundo voltou. Para nossa tristeza, chegamos na entrada do parque e o acesso a pedra só pode ser feito de dia. Tentamos conversar com o vigia para negociar nossa subida, nos responsabilizando por qualquer tipo de acidente, mas ele foi imparcial na decisão e vetou.
Pedro praticando Yoga.

O costão ficou como um nó entalado na garganta. Fomos até a praia, vimos a lua e decidimos voltar no outro dia para subir. Acordamos e partimos novamente para Itacoatiara. O dia não estava muito quente e tinha um pouco de nuvem no céu, não deixando que o sol tivesse 100% de exposição. Paramos o carro do lado da portaria e assinamos o livro e começamos a subida. O caminho é todo marcado por placas, mostrando que o parque da Tiririca esta investindo em um plano de manejo que inclui esportes “outdoors”, com algumas trilhas de caminhada e uma área de escalada em boulders muito conhecida pelos escaladores cariocas.

vista da praia de Itacoatira.
O Hugo não fazia esportes à muito tempo, logo no começo já começou a sentir a subida na perna. Fomos tranquilamente para esperar o Hugo e aproveitávamos as paradas para tiras fotos da paisagem e Pedro fazia alguns assanas (ele é formado em Yoga). Entramos no embalo eu e o Felipe praticamos um pouco também, o que nos rendeu belas fotos. Em pouco tempo já estávamos no topo.

Galera reunida;
da esquerda para a direita: Hugo, Felipe, Pedro e Eu
A vista lá de cima é algo surreal, nem parece que temos belezas naturais tão perto de um centro urbano como o Rio de Janeiro. Se tem uma coisa que é maravilhosa nesta cidade e no seu entorno, são as belezas naturais. Eu deixo de dica, se uma hora você estiver estressado, cansado e de saco cheio da vida, suba o Costão e fique cinco minutos em silencio, só escutando vento e o barulho do mar. Te garanto que vai ficar novo outra vez, e se quiser mais, depois da descida passa na praia da um mergulho e toma uma água de coco. Fala pra mim, tem coisa melhor na vida?





sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ilha Grande: quem disse que não temos Caribe?

Nascer do sol no Aterro do Flamengo.
No último final de semana de janeiro aproveitei para dar uma relaxa e praticar um pouco de esporte em meio a natureza. Como estou morando em Niterói, resolvi explorar as belezas naturais do estado do Rio de Janeiro e o roteiro escolhido foi Ilha Grande. É impressionante o tanto que é bonito e que a natureza esta preservada neste lugar.


Ilha Grande esta localizada no sul do estado do Rio a aproximadamente 100km da capital. É uma ilha toda recortada e cheia de belas praias, roteiro ideal para quem gosta de fazer caminhadas em meio à mata atlântica e praticar mergulho livre, com grandes possibilidades de visualizar uma fauna marinha exuberante. Para chegar a Ilha você deve sair de três municípios onde é possível fazer a travessia de barco: Angra dos Reis, Conceição de Jacareí e Mangaratiba. Lembrando que dentro da Ilha não é permitido à circulação de veículos.

Bom, como sempre gosto de um pouquinho de aventura nas minhas viagens nada melhor que dar uma incrementada neste passeio. Fui pedalando de Niterói até Mangaratiba, são aproximadamente 130km, que fiz em 5horas e meia de Mountain Bike com bagageiro, e ainda fui recompensado com belíssimo nascer do sol no aterro do flamengo. Mas estava muito calor, quando era meio dia marcava 41°, eu não resisti ao avistar uma cachoeira pequena na beira da estrada e tive que parar para dar uma refrescada.
Vista da estrada que leva a Dois Rios.

O pedal em si é tranqüilo, mas o problema é que são 50km para atravessar a cidade do Rio de Janeiro, e com muito transito. Fui seguindo a orla do Rio quando chegou na Praia do Recreio peguei a estrada que liga a Costa Verde, passei pelo bairro de Santa Cruz, lá entrei na avenida Brasil e depois segui pela Rio-Santos. Para quem for fazer este pedal eu recomendo começar do município de Itaguaí, pois a estrada dali para frente é boa e tem acostamento, evitando assim pegar este trecho urbano.

Cheguei a Mangaratiba por volta das 13 horas, sorte que saia um barco em seguida para Ilha Grande, o Saveiro Dezareé. Este Saveiro parti todos os dias as 8:30 de Ilha Grande para Mangaratiba e as 13:00 de Mangaratiba para a Ilha. É uma viagem tranqüila de uma hora e meia onde você pode avistar as praias do continente e também a Ilha ao longe com seu pico do papagaio se impondo no horizonte, marcador natural.

Praia do Caxadaço.
Ilha Grande figura na história brasileira desde os tempos da colonização, nos últimos anos era instalado lá um antigo presídio onde presos eram mandados. Em 1994 foi definitivamente fechado este presídio e hoje é um local muito explorado por veranistas que vão à procura de natureza e belas praias. O primeiro fato marcante para quem visita pela primeira vez (como eu!) é a quantidade de turistas estrangeiros, principalmente argentinos.

Como tinha programado um roteiro para os dois dias, resolvi fazer longas caminhadas para poder conhecer o máximo de lugares possíveis. No primeiro dia eu percorri um trajeto que dá por volta 22km, com as distancias calculadas de acordo com o mapa de trilha da ilha.
Mapa das trilhas de Ilha Grande.

Sai da Vila do Abraão de manhã e segui sentido Dois Rios, este trecho é uma estrada bem aberta, porém sobe muito o que possibilita um visual interessante da Ilha. Antes de chegar a Dois Rios entrei na trilha que leva a praia de Caxadaço. É uma trilha fechada, no meio da mata atlântica, nela tem alguns caminhos de pedras feitos pelos escravos, este trecho tem que tomar cuidado, pois é fácil de se perder, principalmente nesta época do ano que as enxurradas abrem caminhos pela encosta como verdadeiras trilhas.

Vista da trilha Palmas-Vila do Abraão.
Chegando a Caxadaço parei para dar uma descansada e curtir a praia, é realmente alucinante. A água é cor verde claro, parecendo uma verdadeira piscina. Com um simples óculos de natação eu mergulhava e conseguia ver muitos peixes coloridos. Lá conheci dois rapazes que estavam se aventurando pelas trilhas também, Daniel e Mancha.

Eles conheciam um caminho que saia da Praia de Caxadaço e ligava a Praia de Sto. Antonio. É uma trilha bem fechada no meio na mata, onde passa poucas pessoas, segundo Daniel que mantém esta trilha é o instituto de preservação que atua na Ilha. Foram duas horas de caminhada dura pela mata para chegar a Sto. Antonio.

Entrada da trilha do Pico do Papagaio.
Valeu a pena conhecer esta praia. Aparentemente ela não tem nada demais, já que seu trecho de areia é curto, mas quando você mergulha a história muda. Eram muitos peixes coloridos e de todos os tamanhos, a sensação era de que eu nadando dentro de um aquário. O mais engraçado é que os peixes também te observam, te mostrando que naquele ambiente o ser exótico é você. Parecia realmente que eu estava naquelas cenas dos documentários de Jacques Cousteou, que tanto eu via na minha infância.

Depois ainda passei pela praia de Lopes Mendes para conhecer, bem bonita por sinal com uma larga porção de areia e poucas pessoas. Seguimos sentido a Praia de Pouso, de lá sai uma trilha que liga a Praia de Palma, que tem outra trilha que vai para a Vila do Abraão. Resumindo, basicamente é uma longa e cansativa subida e você desce o mesmo até a vila. Assim, terminei o primeiro dia de caminhada.

Vista do cume do Pico do Papagaio.
Quando vinha no barco eu via o pico do Papagaio se impondo e marcando Ilha Grande, pensei comigo “[...] com certeza vou subir lá!!” todo mundo que perguntei informações sobre a subida me falaram que era uma árdua caminhada de umas 3 horas. A entrada da trilha já assusta, pois é bem fechada. Sai cedo, rápido já estava na entrada da trilha. Tirei umas fotos e chegou um grupo de três rapazes falando em inglês. Com meu tupiniquin inglish, eu perguntei se eles iam subir e me disseram que sim.

Comecei a trilha num ritmo forte, o caminho é uma mata atlântica maravilhosa cheia de orquídeas e bromélias e se ouve muitos pássaros. A trilha ora segue bem marcada, ora se confunde com a vegetação e as raízes das grandes árvores que estão no chão. Em alguns trechos ela esta meio suja pelas árvores caídas no caminho, devido a época de chuvas.

Com duas horas de caminhada cheguei no cume, uma pena que estava nublado e não dava para ver nada além do belo monólito. É realmente muito alto, tem uma pedra que é possível subir e com cuidado, pois um tombo é fatal. O bom é que as nuvens refrescavam e depois vários dias de calor que vinha passando, estava no final agradecendo aquele ar condicionado natural.

Uma meia hora depois que cheguei, os rapazes que tinha encontrado na entrada da trilha chegaram também. Eram dois de São Paulo que chamavam Pedro e um da Macedônia, Zoran. Batemos um papo lá por cima, tiramos algumas fotos.

E depois de uma relaxada encaramos a caminhada de volta, com direito a escutar um verdadeiro coro de macacos Bugio, e ainda avistei uma cobra jaracuçu na trilha. Fica ai um conselho para a descida, prestem atenção, pois a chuva abriu caminhos que te confunde facilmente, então você tem que olhar bem por onde segue as marcas da trilha e as árvores no caminho estão com pequenos cortes para identificar o caminho.

Monólito Pico do Papagaio.
Depois fomos dar uma relaxada na Praia Preta, bem perto da Vila do Abraão. Eles me convidaram para ir jantar no albergue deles. Uma dica muito boa, vale apena ficar em albergue lá Ilha, eles são bem limpos e bem organizados e você ainda conhece gente do mundo inteiro. Ficamos tomando uma cerveja e jogando truco até tarde. Até que um dos Pedros passou muito mal com algo que ele comeu no almoço, e tivemos que levar ele para o hospital, ele foi rapidamente atendido e tudo já estava bem!

Assim, termina mais um “adventure weekend” com direito a um eco-training-turismo por Ilha Grande. Agora espero poder voltar em breve para conhecer os outros lugares que ficaram faltando. Quem sabe eu não encare uma caminha Ilha Grande 360°, pode ser no futuro. Agora para quem não sabia, temos praias com água tão clara como o caribe, isto podem ter certeza, visitem Ilha Grande e verás!












segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

2° Corrida de Aventura da Brou Aventuras

Largada: Pedroa Alex camisa verdee a frente.
A cidade de Lavras Novas, distrito do Município de Ouro Preto foi o palco escolhida pela galera da Brou Aventuras para realizarem sua corrida. Este pacato vilarejo localiza-se a 18km de Ouro Preto no alto de uma montanha que pertence ao complexo da Serra do Espinhaço. Com uma vegetação que oscila de campo rupestre a mata atlântica nas baixadas é o cenário ideal para um bom final de semana para se colocar em situações extremas. E foi justamente isto que está prova nos reservou!


Quem sempre realiza as corridas de aventura comigo, na formção da dupla masculina Harpya é o Felipe e o Marcus, porém os dois estavam inabilitados para fazerem está prova: o Felipe por uma lesão no joelho e o Marcus que acabava de entrar em um emprego novo e não poderia viajar. Fiz um convite a Kilder, um grande amigo competidor de Mountain Bike da cidade de Ouro Preto.

Todos os detalhes acertados partimos para Lavras Novas, na sexta feira que antecedia a prova. O Kilder estava bem nervoso, pois nunca tinha participado de uma prova como está, e tão pouco é acostumado a fazer longas caminhadas – sendo que teríamos um longo trecho de trekking pela frente. Lógico que eu estava agindo no papel de amigo cruel e falando para ele que ele iria tirar de letra, já que ele é tão forte no MTB. Mas um trekking longo para quem não está acostumado é algo bem duro!!!

As 6 da manhã do sábado estávamos acordados, material arrumado e vestidos. Tomamos um bom café da manhã, e fomos buscar o mapa, depois de uma pequena estudada nos detalhes vi que faltava a marcação de alguns pcs no meu mapa, quando reparei, M@# ... tinha pegado o mapa errado. Voltei no controle, mapas trocados, só faltava plotar. Voltamos para o Hotel e fizemos nossa estratégia.

Alinhamos para largada que foi dada no centro do vilarejo, a primeira modalidade era mountain bike. Largamos bem forte e batemos o primeiro pc1 em primeiro geral da prova. Seguimos por uma rota escolhida por mim que nos custou algumas posições, ou melhor, fez com que formássemos um pelotão a frente da prova composto, por nós, pela dupla Advogados Aventureiros, pelo atleta solo Guilherme Figueiredo e pelo quarteto Yaks. Estávamos em um bom ritmo e aberto dos demais na ponteira da prova, quando surgiu o primeiro imprevisto da prova, o pc2 não estava no local indicado. Depois de batermos bastante cabeça, resolvemos em grupo partir e avisar a organização.
Pelotão na liderança da prova.

Realmente o PC tinha sido removido por alguém. Entregamos a bike no AT1 em primeiro geral, seguidos de perto por um, grupo. Deixamos a bike saímos para fazer o rapel. Erramos a entrada da trilha que levava ao rapel logo no começo, fazendo que o pelotão todo se juntasse. Subimos juntos e realizamos o rapel. Descemos novamente para área de transição deixamos os equipamentos do vertical e partimos para uma dura pernada de trekking.

Este trekking foi algo realmente alucinante, era o contorno de uma serra que fica no distrito da Chapada. Seguiamos junto com a Yaks e os Advogados, logo a frente erramos a entrada da subida da serra, tendo que fazer um corte pela lateral da serra que nos custou algumas posições. Acertamos o caminho e batemos o Pc5. O resto do caminho seguia sem trilha pelo lado de trás da serra, um lugar paradisíaco com uma vegetação de campo rupestre, e que exigia muito da navegação pela ausência de trilha. Contornamos um pico e começamos a descer reto pela escarpa da serra.

Na descida desta serra, Kilder por não estar acostumado a andar começou a sentir a seu joelho e musculatura da coxa. Ele tomou um analgésico e continuo. A dor foi agravando conforme caminhávamos e tivemos que deixar o grupo se distanciar. Kilder estava com muito medo de não conseguir completar, pois ainda restava mais duas pernadas de bike que somavam uns 45 km, fora um remo de 15km e uma pernada de trekking de 15km. Tranqüilizei ele e seguimos.

Pegamos as bikes no AT e partimos para pedalar 8km até a área de transição do remo. Chegamos tranqüilos lá pegamos nossa canoa e colocamos na lagoa. A canoa canadense é mais fácil de remar que os barcos ducks. O Kilder não teve dificuldades no remo, apesar de nunca ter remada antes. Fomos pegar o pc9 e devido a o nível de água estar tão baixo não era possível chegar até lá remando. Deixamos a canoa na beira da lagoa e eu fui correndo pegar o PC.

Seguimos remando e a noite começou a cair. Chegamos no local indicado do pc10, e eu não encontrava ele por nada. Lembrei que no briefing os organizadores tinham falado algo sobre a mudança de lugar do PC, mas como eu estava muito adrenado não prestei atenção. Depois de bater muita cabeça, eu e o atleta solo Guilherme Figueiredo, vimos uma luz piscando na beira da lagoa e encontramos o Pc 10. Depois de carimbar o mapa seguimos.

O remo noturno é algo impressionante, estava uma paz sem nenhum barulho, eu estava com dificuldade de achar o caminho pois estava difícil de vizualizar a margem. Derepente escuto uma voz: - Ta pescando? Eu respondo: - não to competindo! A voz completa: - não se você está pescando o azimute?! Era o Henrique Araujo, um atleta muito experiente da categoria solo, fui conversar com ele e ele me disse que não tinha achado o pc10, eu informei a onde estava e ele voltou para pegar.

Chegamos na área de transição e estava o maior bafafá. O pessoal do Quarteto Yaks não tinham achado o poc10 e estavam discutindo com os organizadores dizendo que o PC não estava lá. Confirmamos a lugar do PC e a discussão acabou. Outro atleta solo, Pedro Pinheiro também não tinha achado o PC, vendo que ele estava lá resolveu voltar esta parte do remo e pegar o PC.

Kilder junto com o Advogado Aventureiro.
Comemos um macarrão na área de transição e partimos para o trecho noturno da prova em 2° colocado na categoria e 3° geral da prova, estávamos muito bem. Como ainda tenho um pouco de insegurança na navegação saímos juntos com o Henrique, ele me disse que sabia onde estava o pc11, pois já tinha organizado uma prova naquele lugar. Fomos juntos, só que o Henrique tinha uma estratégia diferente da que eu tinha traçado, pela minha insegurança confiei.

Daí para frente foi uma série de infortúnios. Nos perdemos nesta navegação e não conseguíamos achar o PC por nada neste mundo. Chegamos a ficar mais de 2 horas do lado dele, mas não achamos. Depois de bater muita cabeça resolvemos parar para dormir. Estava muito frio e era muito difícil dormi, apenas dei uma relaxada. Saímos e paramos na casa de um senhor para pedir informação e ele nos disse aonde estava. Voltamos lá e confirmamos nosso erro.

Quando partimos para tentar pegar o pc12 já era de dia. Seguimos em um ritmo tranqüilo e avistamos o carro dos organizadores. Nossos adversários já tinham passado a muito tempo, e o fato era que todos eles tinham feito a estratégia que eu tinha traçado para mim também. Mas faz parte das corridas de aventura estes tipos de erro, você tem que contar sempre com uma boa margem de sorte.

Vimos que não tínhamos mais como conseguir buscar as posições e também tínhamos tomado o corte da ultima pernada de trekking.

Devido ao cansaço que estamos e também se fossemos buscar os outro pcs iríamos terminar em 5° lugar, resolvemos abandonar. Mas ainda tínhamos que subir um serra de 8 km para chegar a nossa pousada. Foi mais uma experiência alucinante de prova. Mais uma vez ficam vários ensinamentos sobre as corridas de aventura: sempre siga sua estratégia; e nunca desista pois tudo pode mudar derrepente. É um tipo de prova que quem vence não é o mais rápido, mas sim o melhor navegador que comete o menor números de erros.

A galera da Brou está de parabéns por esta prova, montando um circuito realmente maravilhoso com o melhor que Minas nos reserva: muita subida e visuais alucinantes de montanha. Continuem assim, Zé, Juninho e Mamute, fazendo provas que são para navegadores e doidos de nascença, por que sem uma pitada de maluquice você não se mete em roubadas como está!!!