terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cap 9 - Titicaca / Ilha do Sol

Depois de Machu Pichu conseguimos economizar alguns dias e tínhamos tempo sobrando para fazer a escala do Huayna Potossí, que tanto queríamos. Um amigo meu tinha me falado que eu não poderia deixar de conhecer a Ilha do Sol no Lago Titicaca. Fizemos uma pequena pesquisa do trajeto e vimos que seria possível passar rapidinho por lá.




Pegamos um ônibus de noite em Cusco e as 5:30 da manhã estamos em Puno, mas o ônibus que nos levaria a cidade de Copacabana (onde sai o braço para Ilha do Sol) só iria sair as 7 horas da manhã. Estava um frio que não era possível aguentar, resolvemos procurar por uma mate de coca e fomos na lanchonete, que por sorte ainda tinha um aquecedor. Começamos a fazer os nossos pedidos e tinha um pessoal sentado, derrepende uma menina vai falar com a outra e percebemos um português rolando. Todos que estavam na lanchonete eram brasileiros: Mayara e seu primo Marcelo, Dani, Nessa e Mariana três amigas viajando juntas, e todos de São Paulo.

Como um bom encontro brasileiro, trocamos idéias e falamos da viagem e ainda tivemos sorte de pegar um nascer do sol no Lago Titicaca, com direito a foto. Dizem que a cidade de Puno é muito bonita, e também é saída para quem vai visitar as ilhas flutuantes, verdadeiras comunidades que vivem em balsas construídas em capim Totora. Nossa tempo não dava e por isso não visitamos estas ilhas, uma penal.

Todos os nossos ônibus saíram juntos rumo a Copacabana. Passamos pela aduana, registramos entrada na Bolívia e chegamos por volta das 10 da manhã. Compramos o bilhete do barco que leva a ilha e descobrimos que só nos seria possível passar nada mais que 1 hora por lá. O barco saia as 11:30 horas gastava 3 horas para chegar na ilha e voltava as 16:00. Ou seja, só teríamos uma 1:30 para conhecer o local.

Logo depois que compramos os bilhetes do barco encontramos o grupo de brasileiros. Como todos nós tínhamos que esperar um pouco até o barco sair, resolvemos tomar uma cerveja, ou melhor, uma Breja, como um bom brasileiro. Literalmente armamos o boteco!!! achamos um bar, pegamos a mesa colocamos na rua, usamos a bandeira do Brasil de toalha e fizemos um encontro cultural em meio ao choque de cultura que estávamos vivendo por aqueles países. Foi como matar um pouco a saudade do Brasil no altiplano boliviano as beiras do maior lago de altitude do mundo. Engraçado como até pequenos traços e gostos são arraigados na gente, que mesmo tão longe de casa queremos realizar.

O barco vai lentamente pelas águas do lago, a paisagem é algo que não da pára descrever. Uma água azul escura, rodeado por rochedos com altas montanhas nevadas ao fundo. É uma paisagem surreal, algo totalmente atípico para alguém acostumado com a paisagem brasuca. A ilha é dividida em dois lados: o lado sul, que era onde atracamos que é bem turístico com alguns restaurantes e que tem apenas umas ruína; e o lado norte, mais isolado onde ainda tem a ruína do Templo do Sol da civilização Tiuanacota.
Descemos na ilha e começamos a subir para a parte alta, para tirarmos fotos dos picos nevados e da cordilheira real, que se impunham a leste na paisagem. Caminhei um pouco na frente do Matheus e do João Paulo, e encontrei com grupo de brasileiros que iriam ficar na ilha. Comecei a ajudar uma das meninas a carregar sua mala subida acima, coisa que não é fácil, pois já estávamos 4300m do nível do mar e realmente o ar fica rarefeito. Quanto olhei no relógio era 10 para as 16:00, a hora que o barco iria partir. Sai correndo descida abaixo despencando e contando com esperança de que meus amigos segurassem o barco. Fui tão rápido que peguei os dois no finalzinho da descida. Eles estavam com muita raiva, falaram que estavam gritando por mim e que arrisquei a segunda parte da viagem. Matheus nem olhava na minha cara!! rsrsrsrs

Chegamos a tempo no barco, e a volta incluía um passeio rápido pela única ruína Tiuanacota desta porção da ilha. Era uma pequena construção na beira do lago, as pedras estavam ajustadas mais rusticamente e eram menos trabalhadas dos que as incas que tinha mos visto até agora. Mas tinha um rosto esculpido que estava equilibrado sob um batente de pedra, que realmente me encantou. O barco se dirigiu de volta, seguindo lentamente pelo lago e nos permitiu tirar algumas fotos. Que passeio alucinante foi está deslizada pelas águas deste lago sagrado. Eles até me perdoaram depois!!